Death note é um anime que aborda um leque de assuntos filosófico que vão deste direito a propriedade até à natureza humana. E falaremos sobre algumas delas. A primeira é sobre a própria personalidade do Light ao decorrer do anime. Quando ele perde as suas memórias de quando era o Kira, sua personalidade muda completamente. Ele até recusa a usar os sentimentos da Misa para conseguir informações.
E isso para uma pessoa que fingiu amá-la por anos só para benefício próprio com certeza é uma grande mudança. E quando ele recupera as suas memórias, sua identidade como Kira retorna mudando sua personalidade, e novamente ele usa a Misa para conseguir mais poder.
Há inúmeros exemplos dessa mudança de personalidade do Light, antes e depois do caderno e o próprio anime mostra essa mudança de uma maneira sutil, mas muito direto. Que são pelas openings. Na primeira é como se o Light estivesse justificando suas próprias atitudes, referindo a si mesmo como um mártir. Ele está se sacrificando sabendo que se tornar deus do novo mundo, significaria se tornar cada vez mais como Kira e lentamente como o Light Yagami.
E na segunda opening vemos o Kira nos diminuindo. Nos se referindo como humanos estúpidos e imbecil, mas de certa forma ele sabia que isso aconteceria, em troca de purificar o mundo ele teria que enfrentar o próprio mal dentro de si.
Mas para simplificar Death note é sobre a inevitabilidade do ciclo de poder e que nos provavelmente nunca encontraremos um período estável de prosperidade. Mas isso não é algo para ser considerado real ou até mesmo inevitável. Por mais que seja uma grande história de proporções extraordinário ela também pode ser representado como uma réquiem, um lamento solene de uma história que querendo ou não valoriza essa tragédia. E o exemplo mais vivo e revelador sobre isso, está em um episódio que na minha opinião é o mais importante e impactante de toda a série.
Espisódio 25 - Silêncio
Na minha opinião, onde encontramos mais impacto em Death Note é na ausência e no silêncio. E deste o começo do episódio, nós nos deparamos com isso. Em algumas cenas ouvimos sons se sinos tocando, assim como o L diz que ouve. Sendo o sino uma representação universal, um chamado divino como se fosse a ligação entre o céu e à terra. E em certo momento olhamos o L sem saída e questionando suas atitudes, aceitando sua derrota. E com humildade ele seca e massagea seus pés mostrando seus sentimentos de admiração. Como símbolo de sua derrota por uma pessoa que naquele momento conseguiu ser superior a ele.
E ele lutou e lutou, recusando-se a perder em uma enorme batalha pelo orgulho, até que foi encontrado sem saída, aceitando a sua derrota e que suas lutas foram em vão. A morte dele nos força a ver uma realidade brutal. Nós queremos acreditar que nossas lutas valem alguma coisa, nós não gostamos de ser confrontados com a ideia de que nossas ambições, nossas lutas, nossas batalhas terminarão em derrota, e a morte do L é simplesmente um símbolo trágico.
Desejamos ser livres e a morte dele sufoca o público com seu impacto, somos o L em espírito, mesmo não achando totalmente idêntico a ele, e quando ele morre perdemos algo também. Death Note é um anime enganosamente profundo que aborda temas de poder, dominação, justiça e muito mais. De uma forma que não mostra a humanidade positivamente. E certamente o clímax do anime é a morte do L, quando isso ocorre é natural se sentir angustiado ou até mesmo deprimido.
Os sucessores do L - Near e Mello
Os sucessores do L. Near e Mello. Eles são dois aspectos distintos do L.
Near é o lado intelectual, com um intenso modo de pensar, que leva a fazer ligações que ninguém mais ver. Mello é o lado emocional, levado a agir e fará o que for necessário para alcançar a vitória. L era uma mistura narrativamente ideal de análise e humanidade. Com sua inteligência sobrenatural o suficiente para torna seus jogos mentais cativantes, simultaneamente repleto de humanidade. E isso fez com que os momentos mais tristes atingissem com força. E pela sua sede infantil pela vitória o tornava totalmente simpático e extremamente honesto. Esses dois elementos são isolados e personificados no Near e Mello.
Mello
Mello é a humanidade imperfeita do L, ele é totalmente talentoso intelectualmente, mas ele usa sua mente como veículo para conduzir seu ego. Tudo que ele quer é provar que é melhor que o Near, é uma representação exagerada do que vemos no L. E o que leva a sua ruína é um simples ato de compaixão.
Near
Near por outro lado, é parecido com o L em alguns aspectos e diferentes em outros. Sendo a principal diferença é que ele é totalmente livre de ego e orgulho. Quase como se fosse um robô, e nesse jogo de letras. Kira, L, M, e N.
O Near demonstra para nós que o orgulho e a sede de poder sempre levaram a destruição. Near é quase desumano na falta de ego, mesmo ele sentindo um pouco de emoções às vezes. Seus motivos estão centrados principalmente em restaurar a justiça e cumprir a vontade de L. De um modo que gratificação pessoal está longe de ser sua preocupação principal. Como era para o L e Mello e definitivamente para o Kira.
Essa necessidade do homem de vencer, essa humanidade sendo um enorme benefício e uma falha fatal ao mesmo tempo. Mas isso não ocorre com o Near, ele dificilmente se emocionava, ele nunca era dominado por algo maior do que seu próprio dever. Ele era quase tão inteligente quando o L, mas nunca se deixou levar pelo próprio orgulho. E por isso que ele venceu.
Mas não somo assim somo orgulhosos como o Light impulsivos com o Mello e movidos pelo ego como o L. E por isso que a maioria do público não gosta do Near, porque ele é o personagem mais distante da gente. Gostamos mais dos conflitos do L com o Light, porque os dois estava mais ou menos em pés de igualdade. Depois da vitória do Kira, era difícil aceitar que ele pudesse ser derrotado por um erro humano. Como deixar seu destino nas mãos de outra pessoa.
Nós não gostamos de ver um lamento lento, solitário e uma derrota contra uma máquina sem ego de um homem. E isso tudo é uma históque pretende atingir as verdades profundas da humanidade, da condição humana, da sociedade, do poder e dos ciclos. E é assim que simplesmente tinha que terminar.
Morte do Kira |
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